sexta-feira, 20 de junho de 2014

Automatic

Dia 1, abri meus olhos e vi que já eram meio-dia, minha cabeça doía pra caralho e eu lembrava pouco da noite passada. Tomei banho, me arrumei, lanchei e sai para minha rotina e fazer meus deveres, mas algo não parecia o mesmo, sentia que minha rotina havia sido afetada. Enquanto esperava o próximo trem para o centro norte, eu me perdi em minha mente e quando reparei, eu já me encontrava sentado em um parque do outro lado da cidade observando o céu azul coberto pelas mais diversas nuvens de formatos engraçados, era umas 17 horas da tarde e eu já havia perdido boa parte do dia e não tinha ido para o trabalho, isso nunca tinha acontecido antes.

Dia 2, acordei um pouco mais cedo, cabeça doendo e me lembrava de quando eu caminhava até aquele parque. Mais uma vez para a rotina, esperando aquele trem e com um baque me choco nos braços de uma ponte, as pessoas olham para mim assustadas, acharam que eu tentava me suicidar. Não me espantei por ter me apagado de novo, mas sim por que já era quase vinte e três horas, no meu celular sete ligações perdidas, sendo seis do local aonde trabalho, tinha me esquecido de avisar sobre o dia anterior e agora aconteceu de novo, a outra ligação era de um numero que nunca havia visto, provavelmente era engano. Decidi voltar pra casa e descansar mais um pouco.

Dia 16, tinha uma garota deitada do meu lado e eu me sentia como uma merda. A cada dia que passava piorava e eu não entendia isso, na verdade nem sabia se queria entender. Eu estava vivendo no automático, aparentemente sem consequências.


Dia 21, era três da manhã e eu estava muito bêbado, em meus pulsos uma longa tatuagem de uma chama flamejante. Eu estava com pessoas que eu nem sabia se conhecia, todos sorriam para mim e me abraçavam. Procurei sair dali o mais rápido possível, peguei o primeiro ônibus para a minha casa. Quando cheguei, fui direto ao computador para pesquisar sobre o meu problema, passei horas procurando e nada. O que diabos estava acontecendo comigo? Melhor dormir.

Dia 103, estava tocando um ritmo que eu não curtia e havia muitas, mas muitas pessoas no ambiente aonde eu estava. Parecia uma grande praça e tinha bandeirolas no estilo de festas juninas, mas não poderia ser, era abril ainda, era? Eu estava com um amigo e na minha mão uma lata de cerveja, olhava ao meu redor e sim era provavelmente uma festa junina, mas como? Acho que eu já estava na terceira lata, não sabia se queria ficar sóbrio para ver aonde eu ia parar ou ligar o foda-se. Afinal, isso teria fim?

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